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A mãe imperfeita

Porque a maternidade é difícil. E as mães precisam de rir.

A mãe imperfeita

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30
Jan18

Os super pais

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Hoje o pai cá de casa deitou-se no sofá para ver um bocadinho de televisão e, passados dois minutos, dormia o sono dos justos. Anda cansado, estoirado, rebentado. E eu fico a pensar que, muitas vezes, também com os homens a sociedade (que é como quem diz "as mulheres") é um bocadinho injusta. Se é verdade que conquistámos o nosso papel ao longo dos séculos e, felizmente, já não ficamos a espanar o pó da gruta enquanto eles vão caçar mamutes, também é verdade que a pressão que exercemos sobre eles aumentou brutalmente. Não é que a gente queira o mamute mas, se formos honestas connosco próprias, ainda queremos o caçador.

 

Vá, não comecem a abanar a cabeça e a dizer que não. Mesmo que cada uma de nós acredite que não faz cá pressão nenhuma, a verdade é que os homens também sentem que é suposto terem um six pack definido e um rabo rijo. Sentem que é suposto darem conta do recado no que aos trabalhos de maior carga física diz respeito, sentem que precisam de um óptimo desempenho sexual e, se souberem cozinhar, o bónus é adicional. Duvido que haja algum homem que não se sinta pressionado para "meter dinheiro em casa", matando-se a trabalhar mas sabendo que, ao mesmo tempo, precisa ser amigo, companheiro e confidente. Os homens sabem que precisam de tempo para a família e, mais do que tudo, precisam ser bons pais. 

 

E é aqui que tudo se complica. Não é que alguém espere que o homem escolha (pelo menos de forma minimamente decente) a roupa dos miúdos, não é que alguém espere que as crianças saiam de casa bem penteadas ou livres de ramelas quando são despachadas pelo pai. Mas todas esperamos que o pai monte a cadeirinha do carro, que leve os putos a jogar à bola, que os carregue às cavalitas, que fotografe todos os momentos, que tire o carrinho da bagageira, que os ensine a andar de bicicleta e os leve ao judo e à natação. E é suposto fazer isto tudo enquanto dá o litro nove ou dez horas por dia no trabalho.

 

Se é verdade que nós também aguentamos isto tudo e vamos sobrevivendo, entre suspiros e reclamações, não é menos verdade que a pressão também é alta do lado do cromossoma Y. Nós queimámos soutiens e fomos fazendo ouvir a nossa voz e as nossas queixas, tornámos conhecida a nossa "ladainha" e eles, mais silenciosos, foram ficando um bocadinho esquecidos, como se todas as pressões do mundo fossem exclusivamente femininas. Não são. E quando vejo o pai cá de casa assim estourado, esticado no sofá, lembro-me que devia ser um bocadinho mais tolerante porque o mundo é exigente dos dois lados e, já a minha avó dizia "não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti".

 

2 comentários

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    Carmen 30.01.2018

    Às vezes a gente esquece o quão importantes eles são. Mas sem eles... O difícil ficava impossível. Por muito que possamos reclamar, no fundo sabemos que somos mulheres de sorte! =)
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