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A mãe imperfeita

Porque a maternidade é difícil. E as mães precisam de rir.

A mãe imperfeita

Porque a maternidade é difícil. E as mães precisam de rir.

20
Set21

Grupos de mães no Facebook #156

Saúl.png

 

Sabem aqueles dias em que corremos de um lado para o outro, não descansamos absolutamente nada e, quando nos damos conta, a nossa produtividade andou a rondar o zero? Pronto, o meu dia foi assim. Mas escrevi uma edição dos grupos de mães, vá.

 

 

1. Meninas, fiz um teste de gravidez hoje, deu positivo. Tenho um bebé com oito meses e dez dias. Acham que este resultado ainda é da última gravidez?

 

Exacto. É o chamado teste com retroactivos.

 

 

 

2. Boa tarde, mães lindas. Jardineiro ao domicílio, têm contacto?

 

Não. Mas conheço um onde podes levar a relva e as árvores de fruto para ele dar um jeitinho.

 

 

 

3. Bom dia. Alguma mãe sabe de um sicólogo infantil?

 

Enso que não. Orque é que não experimentas erguntar no teu Centro de Saúde?

 

 

 

4. Meninas, vim dar uma dica para deixar o boy louco. O meu marido adora chocolate, por isso eu enfio na beyonceta uma barrinha e deixo lá enquanto fico na pegação. Com o calor o chocolate vai derretendo e o boy cai de boca. Ele só gosta de fazer isso com algum sabor, eu já fiz com leite condensado, com alho refogado e agora é com o chocolate. Super recomendo.

 

Olhem lá, fui só eu a encravar na parte do alho refogado?

 

(Mas, pensando bem, já o pequeno Saúl cantava que o bacalhau quer alho…)

 

 

 

5. Meninas, o pénis do meu marido começou com um cheiro muito estranho ultimamente, parece peixe podre. Já comprámos um gel de banho apropriado, já está a usar roupa interior de algodão e não sei que mais podemos fazer. Alguém tem ideias?

 

Ora pois que se eu vivesse

Com um pénis a apodrecer

A primeira coisa que fazia

Era vir para a net escrever.

 

É que nem tentava saber

Qual era a causa do mal

E nem me discorria

Levar o homem ao hospital.

 

Porque toda a gente sabe

Que uma pila em putrefacção

É uma coisa saudável

Um pénis de campeão.

 

E é em casa que estamos bem

Coladinhas ao computador

A aguentar o malcheiroso

Em grande prova de amor.

 

E se por acaso a pila

Apodrecer e cair do mal

É organizar com classe

Um bonito funeral.
 

Vais tu vestida de preto

E o homem a chorar aos ais

Porque pinar é coisa linda

Que ele não terá nunca mais.

 

 

 

6. Estou a um mês do nascimento do meu bebé e ontem tive relações sexuais com o meu marido, mas o preservativo ficou preso dentro de mim. Devo tomar a pílula do dia seguinte?

 

A não ser que sejas uma matrioska e faças filhos uns dentro dos outros não estou mesmo a ver a utilidade de um contraceptivo na tua situação. Mas admito, claro que admito, que o problema pode ser meu.

 

 

 

7. O que é que vocês fizeram para engravidar?

 

Amiga, se temos de explicar isto é sinal que, se calhar, ainda não estás em condições de ser mãe. Deixa-te ficar com a história da sementinha, ok?

 

(O quê? Ainda estavas na fase da cegonha? Ups…)

 

 

 

8. Mamãs, o meu filho tem uma cobrinha estranha, como se estivesse partida ao meio e com duas cabecinhas. Mesmo a urinar parece muito estranho. Já alguém ouviu falar nisto?

 

O Dumbledore já deve ter ouvido. Cobra com duas cabeças tem todo o ar de ser um horcruxe do Voldemort.

 

(Os médicos, porra. Os médicos já ouviram falar disso. Os médicos já ouviram falar de muita coisa, quando é que vocês se capacitam disso?)

 

 

 

9. Meninas, o que acham do nome Monalyysa para menina?

 

É um dom que esta gente tem, não é? Até uma merda clássica do renascimento italiano elas conseguem transformar em nome de bailarina do José Malhoa.

 

 

 

10. Manas, o boy pediu anal e eu devo ter feito má expressão porque ele começou a dizer “estás a fazer essa cara porquê?”. Eu disse que não estava a fazer nenhuma cara, ele disse que era mentira e discutimos. Desde aí não mandou texto nem ligou. O que posso fazer agora?

 

Agora não sei. Mas na altura acho que não devias ter mentido e, quando ele te perguntou porque é que estavas a fazer essa cara, devias ter respondido: “não querias anal? Então toma lá uma cara de cu!”.

 

 

 

*Imagem do pequeno Saúl retirada do Google

06
Set21

Grupos de mães no Facebook #155

ácido sulfúrico.jpg

 

E pronto, estamos de volta à nossa vidinha, não é verdade? Confesso que tinha vontade de dizer que agora é que isto vai entrar nos eixos e passar a sair sempre às Segundas-feiras. Sucede que olhei para a agenda e percebi que na próxima semana tenho brigada covid numa escola. Posto isto, vamos manter esta rubrica a sair nos dias em que Deus quiser. É aguentar.

 

 

1. Boa tarde, mamãs. Como saber quantos sentimentos o meu bebé tem?

 

Depende, filha. Se estiveres a incubar um pequeno Gustavo Santos tem tantos sentimentos que se tornam impossíveis de quantificar. É um bebé que ama e que se ama, percebes? Porque amar é dar-se e ser no outro o amor que também nos deram mesmo que, um dia, não tenhamos sido amados.

Não te fez sentido esta última frase? É porque sentes pouco. Ao contrário do teu bebé. E do Gustavo.

 

 

 

 

2. Mamãs, como dão o vigário? Com colher?

 

Santa, o vigário daqui pesa à vontade uns cem quilinhos. Achas que há colher que aguente aquilo?

 

(E também não importa muito porque, assim como assim, a verdade é que ninguém o quer para coisa nenhuma. E sim, nem dado.)

 

 

 

3. Boa tarde. Procuro recomendações de sítios para fazer lazer que tenham bons resultados.

 

Se meteres os putos fora, até o WC de casa serve.

 

(Sonho de uma vida: que um dia toda a gente no mundo saiba que laser é uma coisa e que lazer é outra, completamente diferente. Até porque a primeira deixa sempre aquele doce cheirinho a porco musgado.)

 

 

 

 

4. Olá, moms. Alguém sabe de algum contacto de um “indirecta” que trate entorses na zona de Coimbra?

 

E queres a entorse tratada indirectamente tipo como? Deus nosso senhor manda o milagre, mas não podendo vir cá abaixo, fá-lo através das mãos do vigário seu servo?

 

É que se é isso estás fodida porque o vigário, ao que parece, está ocupado a tentar escapar da colher da mãe da pergunta número dois.

 

 

 

 

5. Qual concelho você daria para manter tranquilo um homem sempre insatisfeito com a sua vida sexual?

 

O do Montijo. Derivado de ter a recta de Pegões e coiso.

 

 

 

6. Bom dia, meninas, será que alguém me pode ajudar? Estou com um ardiu na vagina que nem me consigo limpar.

 

Só assim para começar

E para responder com rigor

Vou assumir que esse “ardiu”

Em português é ardor.

 

E já agora permite-me

Que te questione, menina

Esse ardor não será na vulva

Em vez de ser na vagina?

 

É que são duas coisas diferentes

E explico mesmo agora

Que a vagina é o canal de dentro

E a vulva a parte de fora.

 

Mas para apagar o fogo

É tentar um extintor primeiro

E se ainda assim persistir

É melhor chamar um bombeiro.

 

Porque os bombeiros são malta

Que apesar da trabalheira

Tem a fama de dominar

A técnica de usar a mangueira.

 

Agora falando a sério

E deixando de lado a falácia

Se o ardiu estiver “braviu”

O melhor é ires à farmácia.

 

E se nem lá te safares

E a coisa continuar feia

O melhor é ires ao médico

Não vá isso ser gonorreia.

 

 

 

 

7. Um filho de pais separados pode reclamar a herança ainda com os pais vivos?

 

Eu percebo a cena do divórcio trazer uma nova vida e assim, mas não, pá, não dá para herdares nadinha por enquanto.

 

(Fiquei a monitorizar este grupo. Tenho medo que a próxima publicação desta pessoa seja “como matar pais divorciados sem deixar rasto”.)

 

 

 

8. Olá mamãs, venho em nome de uma prima minha que está grávida de primeira viagem. Ela não tem Facebook. Ao fim duas semanas de tomar ácido sulfúrico e ferro as necessidades ficaram de cor preta. É normal?

 

Se ela tomasse ferro e ácido fólico como as outras grávidas todas, eu diria que sim, que o ferro faz isso. Sendo que ela tem esse regime especial do ácido sulfúrico é possível que o que está a sair nas fezes sejam os órgãos abdominais corroídos e totalmente destruídos pelo ácido. Ela que volte à drogaria e peça uma dose mais fraca.

 

 

 

9. Como posso fazer para manter a vagina bem fechada?

 

Passo número 1: juntar as pernas

Passo número 2: apertar bem as coxas uma contra a outra.

 

De nada.

 

 

 

10. Bom dia, meninas, alguém sabe se ainda é preciso pagar 200€ para retirar um apelido de um nome? Mesmo sendo recém-nascido. O meu marido fez cagada e meteu um apelido enganado.

 

Não sei, mas espero que te façam isso de graça. Assim pegas nesses 200€, juntas mais 50 e já podes dar entrada da papelada para o divórcio. 

 

 

 

*Imagem retirada do Google

04
Set21

Não te arrastes!

Foto DVC.jpg

 

 

Como referi há umas semanas numa crónica para o Público, as minhas três tias paternas, à semelhança da minha avó, têm as pernas repletas (e quando eu digo repletas é mesmo, mesmo repletas) de varizes e derrames. E eu, não me perguntem porquê, apesar de tentar anular os factores de risco modificáveis (faço desporto, não fumo…), sempre acreditei que tenho reservado o mesmo destino. A verdade é que depois da gravidez comecei a ter mais vezes a sensação de pernas pesadas e já não é uma nem duas vezes que a comichão me ataca sem dó nem piedade.

Os sininhos na minha cabeça estão basicamente a tilintar num ritmo que parece dizer “cirurgião vascular, cirurgião vascular”. Mas há uma parte de mim que continua a fingir que não ouve e a juntar-me aos 35% de portugueses que sofrem de Doença Venosa Crónica, muitos dos quais não procuram ajuda médica.

E reparem, eu sei o quão tola a minha atitude é. Porque a DVC não tratada pode trazer complicações bastante graves. Aliás, já fiquei cheia de suores frios só de pensar nas minhas pernas com DVC em fase avançada, uma chatice para tratar e que se pode arrastar por meses.

E serve esta publicação para quê? Para vos alertar. Para vos dizer que a sensação de peso nas pernas, a comichão, os tornozelos inchados ao final do dia, as cãibras nocturnas e os derrames que aparecem… Nada disto são situações normais. Aliás, todas elas são sintomas de Doença Venosa Crónica e é importante que falem sobre elas com o vosso médico de família.

Como diz o excelente slogan da campanha da Servier, a que me associo para dar a conhecer esta doença, “NÃO TE ARRASTES” ou, neste caso, não se arrastem. A DVC pode ser prevenida e tratada. O que não pode é ser desconhecida.

No site http://www.dornaspernas.pt encontram muitas ajudas e informações úteis sobre o tema (o site é informativo, não contém nenhum tipo de publicidade). Tal como nas páginas DOR NAS PERNAS no Facebook e no Instagram. Vão lá dar uma espreitadela. Porque a informação é que nos salva.