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A mãe imperfeita

Porque a maternidade é difícil. E as mães precisam de rir.

A mãe imperfeita

Porque a maternidade é difícil. E as mães precisam de rir.

28
Mai18

Grupos de mães no Facebook #5

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Ah, Segunda-feira... Como não adorar, não é? Levantar antes do galo, tomar banho e vestir qualquer coisa a correr, despachar os putos, os pequenos-almoços, as marmitas, passar pela creche e, finalmente, desembarcar no local de trabalho praticamente tão frescas e fofas como o pão da Bimbo. Mas, pormenores à parte, se há coisa que nunca pode falhar nesta alegria de início da semana é a nossa crónica "grupos de mães no Facebook" que hoje está subordinada ao tema "é preciso um dicionário porra".

 

E perguntam vocês por que raio será o dicionário uma necessidade, certo? Ai amigas... Mas vocês pensam que isto dos grupos de mães é chegar, ver e vencer? Se pensam estão muito enganadas. Há terminologias próprias, expressões que definem a tribo e, se vocês não as dominarem, são bem capazes de não perceber nem metade das importantes temáticas que por lá se discutem. Felizmente que me têm aqui, um auntêntico dicionário priberam, sempre ao vosso dispôr.

 

Escolhi seis termos para dissecar aqui hoje. Qualquer outro assim pertinente que se lembrem é só botar na caixa de comentários, aqui ou no Facebook, e a gente puxa do bisturi e disseca-o também.

 

1. Mr. Red - Isto é o que se chama meter logo a carne toda no assador. Como devem imaginar comecei pelo meu preferido de todos os tempos e o que mais gargalhadas de incredulidade me arrancou. Eu já lhe tinha ouvido chamar muita coisa, acreditem. Tinha inclusivamente uma colega que lhe chamava "tio Chico" e, portanto, pensava que já tinha ouvido tudo mas porra, Mr. Red é outro nível. Espero que a pessoa que começou com isto tenha patenteado o termo e esteja, neste momento, em negociações com a EVAX porque, efectivamente, isto é uma coisa com potencial. Mr. Red... Já não chegava período, menstruação, estória e até aquela malta que gosta de expressões tipo "tenho o benfica a jogar em casa". Não, tinha que se arranjar outra parvoíce qualquer que fosse ainda mais reveladora de oligofrenia. Enfim, é período.

 

2. Treinante - Não amigas, uma treinante não é uma atleta e, provavelmente, não é sequer alguém que gosta de desporto. Em gíria de grupo de mães a treinante é aquela mulher que está, pura e simplesmente, a tentar engravidar. Parece que as pessoas decidiram resumir a designação (usar muitas palavras fica chato) e transformá-la numa palavra só e vai daí foram buscar a inspiração ao Brasil. Aliás, este fenómeno de inspiração no português do Brasil é uma coisa muito comum nos grupos de mães, querem a prova? Reparem na quantidade de vezes que por lá se escrevem coisas como "te amo muito" e "te adoro" em vez dos nossos "amo-te muito" e "adoro-te". Já estão convencidas? Eu sabia que ia ser fácil... 

 

3. Bebecas - Objectivamente este é fácil de entender e não tem mal nenhum mas se vocês escreverem coisas como "puto" ou "miúdo" as outras mães ficam todas desconfiadas que vocês não gostam de verdade dos vossos filhos. É por isso que deixo o conselho: querem ser incluídas sem sofrer bullying por parte daquelas mães que gostam mais dos filhos do que as outras todas? É usar sempre, mas mesmo sempre, a palavra bebecas. Querem um exemplo prático? Atentem na diferença entre "o meu puto não anda a dormir nada" ou "o meu bebecas não anda a dormir nada"; parece fácil perceber que na frase número dois a mãe gosta muito mais do filho, certo? Depois não digam que não foram avisadas...

 

4. Namorido - Mais um clássico. Namorido é a palavra formada pela aglutinação das palavras namorado e marido e serve para designar aquele homem em situação híbrida que vive connosco. Por um lado é mais que um namorado porque temos que lhe lavar as cuecas mas uma vez que o fona ainda não nos meteu o anel no dedo também não o podemos chamar de marido. Eu tenho um exemplo destes em casa. Dá-me é mais jeito chamá-lo pelo nome próprio e, se por acaso falo com pessoas que não o conhecem, digo marido e pronto. É uma mentirinha pequenina e Deus perdoa. 

 

5. Amor maior - São os filhos amigas. Nem pensem em chamá-los por uma parvoíce qualquer tipo o nome próprio que até parece mal. É amor maior e pronto. Se tiverem mais que um podem sempre numerá-los "amor maior 1", "amor maior 2" e "amor maior 3". Pode ser menos prático do que João, Rui e Manuel mas é infinitamente mais amoroso. Não vale a pena explicar muito mais porque é a mesma onda do bebecas servindo como uma espécie de unidade de medida do amor maternal. É assim a tonelada do amor, percebem? O nome próprio do puto em termos de sentimento é mais fraquinho que o grama (e sim, sim, sim, grama é masculino).

 

6. Mamas - Olhem, escusam de estar já a torcer o nariz e dizer que toda a gente sabe que mamas são seios, peitos ou outro sinónimo qualquer. Nos grupos de mães não são. Nos grupos de mães mamas é aquilo que todas nós somos, percebem? Suponho que deve ser uma regra implícita que não se usam cá acentos (afinal uma pessoa quando é mãe não tem tempo a perder com minudências) e portanto caso tenham algo a publicar devem começar sempre por um simpático "olá mamas". Até porque se usarem mamãs correm o risco de que metade das participantes não vos perceba e a outra metade se sinta ofendida. Com um simples "mamas" poupam trabalho e estão sempre descansadas.

 

 

E pronto, depois disto acho que estão prontas para mergulhar nestes grupos. Digam lá o que seria de vocês sem estes preciosos ensinamentos? Marcamos encontro aqui para a semana, desta feita com o tema "as dúvidas mais comuns".

 

Bom resto de Segunda-feira mamas. Que tenham um jantar em beleza com os vossos bebecas e os vossos namoridos e que o desgraçado do Mr. Red não dificulte a vossa vida de treinantes. Já conhecem o mote: tudo por um amor maior!

 

 

*Imagem retirada do Google

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