Grupos de mães no Facebook #60
Esta semana a vossa rubrica preferida é escrita em andamento. Espero não vos deixar mal-dispostas.
1. Mamãs, alguma de vocês já levou os vossos bebés convosco ao cinema? Queria ir e levar a minha bebé de seis meses comigo, o que acham?
Honestamente? Acho que vai ser um belo filme.
(Porra, estou a imaginar-me no cinema, sentada entre uma mãe com uma bebé de seis meses no colo e um adolescente a comer pipocas de boca aberta e a sorver coca-cola. Até se me estão a abater suores frios.)
2. Será só o meu bebé de seis meses que sempre que estou com o período fica chato e não quer comer?
Não. Pelo que tenho ouvido dizer também há uns quantos maridos assim.
(Isto foi, provavelmente, o momento de mais baixo nível de sempre deste blogue. Vão a correr buscar os bidões [ou bidons se forem emigrantes na França] que, de tão fundo que cheguei, não tarda começa a jorrar petróleo.)
3. O meu leite de mãe de menino não pode servir para amamentar meninas?
Obviamente que não. Se uma menina beber desse leite, carregadinho de cromossoma Y, vai começar a produzir testosterona à bruta, os ovários transformam-se em testículos, aos treze anos já tem barba e nunca na vida vai conseguir fazer duas coisas ao mesmo tempo.
4. Quais são os truques para tirar o cheiro a peixe da vagina?
Vocês querem ver que era por isto que a outra lá metia o bife?*
Agora a sério, lavem-se porra. Juro, mas juro mesmo, que a água e o sabão nunca mataram ninguém.
*old story que as entendidas entenderão
5. Mamãs, preciso mesmo de começar a trabalhar mas não posso meter a minha filha numa creche normal. Por opção nossa ela não vai a médicos, não é vacinada, não toma qualquer medicamento químico e, com um ano, mama mais do que come. Alguém conhece alguma creche que seja adequada?
Creche para a menina não conheço mas, ali na Avenida do Brasil, há uma instituição chamada Júlio de Matos que me parece óptima para os paizinhos aos quais dedico este poema:
Era uma vez um casal
Com tão grande limitação
Que a única aposta segura
Consistia na esterilização.
Mas a sociedade não foi a tempo
E um dia o casal procriou
Quando a criança nasceu
A maluqueira agravou.
Não levavam a menina ao hospital
Só a alimentavam com mama e sementinhas
Em vez de vacinar oravam
E tratavam tudo com ervas e mezinhas.
Diziam que assim é que estava certo
Faziam palestras de parentalidade consciente
Mas meteram a viola no saco
No dia em que a menina ficou mesmo doente.
Nesse dia de rabinho apertado
Correram com ela para o hospital
Cagaram nas tretoterapias
E nas merda que não fazem bem nem mal.
E quando os profissionais de saúde
O diagnóstico lhes explicaram
Eles esqueceram a conversa dos químicos
E pelo antibiótico imploraram.
Mas já em casa com a internet ligada,
A relatarem o caso nos grupos de pais
Omitiram a parte da ciência
E falaram dos óleos essenciais.
Contaram uma versão adulterada
De como salvaram a vida da criança
Apenas com dieta sem glúten,
Vitamina D e esperança.
E os outros pais que os liam
Acreditavam ser assim
Mal sabiam eles que a miúda
Fora salva pelo Augmentin.
6. Meninas, ainda não paguei a menstruação de Junho que devia ter chegado dia 2. Será que estou grávida?
Tu não me digas que a puta te cobra?
7. Mamãs, o meu filho, tal como certamente os vossos, consome imensa violência na televisão e redes sociais em geral. Por muito que tente controlar o que ele vê, é impossível que esse controlo seja a 100%. Sou a única com medo que este consumo de violência deixe marcas para o futuro?
Ó rapariga, tu sossega. Eu quando era miúda vi este encontro de titãs no Buereré e estou aqui cheia de saúde, fresca e fofa como o pão da Bimbo.
(Se isto não deixa trauma, acredita que nada deixa...)
*Imagens retiradas do Google